quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sao Jorge!!!

Oração a São Jorge
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge Rogai por Nós.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Iniciatica Espiritual do Povo Cigano – Ritos de “Khértia Drom”

Falar de iniciatica é tao dificil quanto por em pratica. Ate porque sao pactos astrais, que muitos fazem sem o estar totalmente conscientes da responsabilidade assumida com a espiritualidade superior. Entao revelar que os ciganos debaixo dos ceus fazem um processo iniciatico rigoroso, pode causar um espanto, mas, o que vos trago é informação pura do que acontece nas kumpanias.
As crianças que revelam dons mediunicos sao iniciadas a partir dos sete anos. Ainda que um cigano possa ser iniciado em qualquer epoca da vida, com qualquer idade. Hoje como nos primordios, os direcionamentos dos ritos sao os mesmos. O que muda é o fato de estar sendo revelado aos que nao sao da kumpania, mas que na sua ancestralidade trouxeram para dentro de suas casas (casa-corpo, casa templo), a essencia dos ciganos, amando-o e respeitando, com todo fervor, e por isso foi lhes dado conhecer, o que dentro da espiritualidade, fara muita diferença na vioda de cada um. É a primeira vez, que esta sendo revelado, uma vez que nós nao possuimos leis que nos obriguem a ser iniciado, ou mesmo livros codificadores.
Temos uma serie de principios basicos, aceitos por todos os ciganos salvo uma modificação ao outra conforme o cla. É essa aceitaçao, aliás, que torna possível a fraternidade universal e a sua condiçao de grande família no seio da Humanidade, sem que, no entanto, necessite existir um cargo politico religioso como um papa, que centralize uma Ordem, que ja nos é natural.
Nos naturalmente aceitamos, as condiçoes de melhoria, ate por estar no acompanhamento da evolução do planeta. Nao existe por exemplo uma sociedade politica, o que nos importa é o fator melhora da vivencia mediunica, dentro de uma sociedade gadje cada vez mais unida a nós.
Ate porque entre nós os conceitos de Fraternidade é muito forte, entre nós o fato de ser cigano, já é preponderante, para que nos aceitemos como familia, mesmo entre os rati (de sangue) para com os ciganos de alma. Por isso carinhosamente nos chamamos todos de primos. Um dos prinicpios da iniciação dos ciganos, é estar conectados com o astral superior o tempo todo e isso nos impoe uma postura terrena, que consiste em que estes que vem principalmente pelos laços do amor (apos analisados, muito analisados), serem reconhecidos como irmaos, e assim devemos trata-los no tocante ao prestar auxilio e proteção.
Somos um povo perante as leis espirituais do “nao proibir”, porem que cada um saiba o onus que tera com suas proprias açoes. Ate enato para nos o que une é o amor, e todos durante as iniciações sao “bebes que estao acordando”. E apos despertos serao todos ciganos aptos ao grau de liderança elevado a um Barô espiritual, isto justifica o fato de a iniciação ser tao longa (sete anos). Cada cla astral tem forma propria e metodos proprios de trabalho, embora as diretrizes dos trabalhos astrais sejam as mesmas em todos os clas. O que lhes cito aqui é em torno da iniciatica Kalon evoriana, o que abrange uma boa parte dos kalons ibericos, excluindo-se, o kalon Latacho, porque acreditamos que estes ja nascem iniciados na magia dos ciganos. Sao treze os ritos da iniciatica, e a existencia significa que eles devem ser aplicados na pratica, embora a obediencia seja o fator de maior importancia em toda a vida mediunica dos ciganos.
O nascimento da convenção dos ritos iniciaticos foram consolidados no passado, nos primordios e como nossa tradiçao é oral, nao temos documentos que atestem o ano, porque para nós ciganos, isso nao é importante. Mas acreditamos que tenham sido convencionados durante os terriveis anos da Santa inquisição, para que todos os iniciados em qualquer “passo” pudessem se livras das garras dos Tribunais do Santo Oficio. No que chamamos de “Khertia Drom” (o Papel do Caminho”, papel no sentido de missao), trabalhamos em torno de aprender os ensinamentos e nos qualificar para o trabalho astral, porque este tanto representa em muitos casos a subsistencia material dos ciganos, e tanto quanto seguir as regras, do trabalho para o qual foi preparado.
Os estudos de outras artes, como astrologia, magia elemental, magias dos cristais e velas, evocações serao complementares na magia de trabalho dos ciganos. Isso fez com que pudessemos evoluir e ate mesmo iniciar um começo de revelações nesta nova era. Afinal o ocultismo que faz parte naturalmente de nossas tradições deve ser partilhado tal qual como o pao. Sei que tal atitude ainda encontrará diversas reações, e muitos mesmo dirao que nao ha iniciatica nenhuma! Pero como me coloco a serviço dos espiritos, a eles me reporto, na intenção de fazer publico estes ensinamentos, para que cresça ainda mais o cla que trabalha na seara de Cristo. O que cada um vai fazer apos conhecimento, pertencerá a estrada de cada um.
Como creio no amor aos espiritos ciganos, sei que o direcionamento ha de vir, no trabalho do bem, creio nisso. E os ritos, as cerimonias, sao e tem carga simbolica dos laços que estamos fazendo, e isso marca profundamente (atraves de sensações) o espiritos de quem se submete a tais ritos. Existe uma linha de pensamento que aquele que se submete leva para a sua vida pessoal o mesmo padrao de comportamento de sua vida espiritual. Como diz a biblia: “Devemos preservar os misterios. A palavra, os sinais e as regras”. Sendo que acreditamos que o iniciado, sendo conhecedor da palavra (digo das palavras), da importancia do trabalho, e as regras, ele nao se desvirtuará do seu dever.
A Iniciatica em estado Real. A Khértia Drom desvendada e suas reações. Todos nós somos personalidades almas em busca do aperfeiçoamento, mas cada qual dentro do seu estágio de evolução ou de consciência mística. Neste aspecto ninguém pode dar o que não possui ou realizar coisas para as quais não está preparado. Esse ensinamento simples, mas seguro, onde os passos misteriosos simbolizam os diversos planos de evolução cósmica por que deve passar o ser humano e, mais especificamente, o iniciado, até atingir o grau da maestria.
Quando nós assistimos a uma iniciação uma pergunte sempre nos vem à mente: o que traz o neófito? A busca do conhecimento? Uma posição de status na sociedade? O aperfeiçoamento moral ou espiritual? A riqueza? Ou seria simplesmente a curiosidade?
Eu diria, sem medo de errar, que é esta última: a curiosidade. Para o inconseqüente essa curiosidade rasteira que leva as pessoas a invadir a vida privada de seus semelhantes, a conhecer os segredos dos outros para deles tirar algum proveito ou, quem sabe, apenas para deleitar-se com a descoberta hesitante de alguma coisa que parece envolta por uma cortina de mistério.
No primeiro grupo encontramos aquelas pessoas sem nenhuma vocação iniciática, que não conhecem e jamais virão a conhecer as questões tradicionais. Serão sempre curiosos, sem jamais viverem a grande aventura de descerrar o véu da realidade, que só alcança aquele que realmente busca. Ainda que galguem passos dentro de nossa inicatica, nada encontrarão em nossos rituais, ao contrário, sempre haverão de comentar que eles são superficiais e incompletos. E acabarão por se afastar, porque aqui nada encontrarão. Infelizmente, muitos deles, quando isto acontece, deixam para traz um rastro de discórdia e desarmonia.
No segundo grupo estão os Ciganos de Alma. E a verdade é, e sempre foi, buscada de diversas maneiras, pelos mais diferentes caminhos, de conformidade com o estágio de consciência de cada um. Portanto, para melhor equacionar o nosso raciocínio e dar um rumo compreensível ao trabalho que nos propusemos, ouso afirmar que sao varias pessoas que buscam a nossa cultura com razoes diversas.
“Os Trabalhadores” que são aqueles que ve, sua entrada em um cla astral como um meio, como a oportunidade de realização através da prática de trabalhos espirituais, que possuem o seu valor intrínseco, sem contestação, nem peso, pelo trabalho que lhe imposto. Pois nós Ciganos Rati (ciganos de sangue), nao menosprezamos quaisquer dos caminhos que possam direcionar o ser humano na busca do aperfeiçoamento moral e espiritual, na verdade nao podemos prescindir do trabalho desses operários da astralidade, tao necessarios para que nossa cultura espiritual, continue existindo.
Os “Estudadores” são aqueles que buscam o conhecimento, mas que não fazem dele o efetivo instrumento de sua evolução. Usam-no, na maioria das vezes, para alimentar e enriquecer sua capacidade de animar conversas de cunho esotérico ou exotérico, ou para pavonear-se de sua sabedoria contemplativa. São excelentes expositores das religioes em geral. Sabem discernir perfeitamente entre o certo e o errado na liturgia, criticando, muitas vezes até com arrogância e veemência, o ritualista de boa fé.
Os “Transformadores”, por sua vez, são aquela minoria de sinceros que assimilam, efetivamente, o saber iniciático e o colocam na prática de sua vida diária. Eles sabem, ainda que interiormente, que a escada pela qual ele ascende é formada de degraus de sofrimento e de dor, que só podem ser aplacados pela voz da virtude. O iniciado, ao iniciar sua jornada, deve deixar para traz todo vício e, só depois de lavar os pés nas águas da renúncia, da paciência e da tolerância é que ele poderá atravessar o grande abismo, e deverá fazê-lo sem macular um só degrau com pés lamacentos.
A iniciatica espiritual dos ciganos é semelhante a um enorme jardim. O “Trabalhador”, quando chega ali, encontra uma infinidade de flores, de todos os formatos, de todas as cores e de todos os perfumes. Cada uma delas encerra uma verdade, um conhecimento, uma lição de vida. O “Estudador” quando se vê nesse maravilhoso jardim, não tem outra reação que não a de se deixar embriagar pelo perfume narcótico das flores do conhecimento. Já o “Transformador” sente a imperiosa necessidade de colher essas flores, cada uma a seu tempo. Cabe aqui, porém, um alerta: No caule de cada flor do conhecimento está tambem os espinhos, da Lei da Reciprocidade. Ao colher a flor, colhemos também os espinhos e com eles a obrigação de repartir o Conhecimento com outros. E ai daquele que se deixar espetar, porque o conhecimento que não é repartido é um veneno que corre nas veias do Iniciado.
Povo Cigano e suas diretrizes.
Nosso povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza, pois para nós a vida é uma festa e a natureza que nos rodeia, a mais bela e generosa anfitriã. Onde quer que estejamos, os Ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e principalmente por seus hábitos ruidosos. Somos um povo mágico, enérgico e passional. Somos peculiares dentro do nosso próprio código de ética; honra e justiça e senso no sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema. Mas nossa comunidade ama e respeita a natureza, os idosos e todos os membros do grupo educam as crianças de todos, dentro dos princípios e normas próprios de uma tradição puramente oral, cujos ensinamentos são passados de pai pra filho ou de mestre para discípulo, através das estórias contadas e das músicas tocadas em torno das fogueiras acesas e das barracas coloridas sempre montadas ao ar livre (mesmo no fundo do quintal das ricas mansões dos ciganos mais abastados).
Para nós, a Lua Cheia é o maior elo de ligação com o "sagrado" quando são realizados os grandes festivais de consagração, imantação e outros festejos em geral. A celebrações da Lua Cheia, acontece em torno das fogueiras acesas, do vinho e das comidas, com danças e orações. Somos atentos observadores do Céu e verdadeiros adoradores dos astros e da magia elemental. Estamos sempre atentos para os ciclos naturais, através dos quais desenvolvemos poderes mágicos. Na culinária a alquimia é feita com amor e encanta quem se alimenta e nutre o espírito, são indispensáveis: o cravo, a canela, o louro, o manjericão, o gengibre, os frutos do mar, as frutas cítricas e as frutas secas, o vinho, o mel, as maçãs, as pêras, os damascos, as ameixas e as uvas que fazem parte inclusive dos segredos de uma cozinha deveras afrodisíaca. O punhal, o violino, o pandeiro, o leque, o xale, as medalhas e as fitas coloridas; a coruja, o cavalo, o cachorro e o lobo são símbolos sagrados para nós. A verbena, a sálvia (que deve ser cultivada sozinha, por que é muito ciumenta), o ópio, o sândalo e algumas resinas extraídas das cascas das árvores sagradas, são ingredientes indispensáveis na manufatura caseira de incensos, velas e sais de banho, mesclados com essências de aromas inebriantes e simplesmente usados no dia-a-dia, nos contatos sociais e comerciais, nos encontros amorosos e principalmente nos ritos iniciáticos, de uma forma sensível, conferindo grandes poderes. Nós vivemos de acordo com a natureza das coisas e os grandes barôs dizem: "A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza". Todos acham que conhecem os ciganos. E de uma maneira geral são poucos os que não exprimem de uma forma categórica o seu conhecimento sobre nós. Existem mesmo "especialistas" que falam sobre as questões ciganas. Mas na verdade o que se tem são ideias que se foram construindo sobre os ciganos a partir do século XV e que se foram rapidamente cristalizando sob a forma de estereótipos. Nós somos pouco conhecidos. Na realidade o que se manifesta em relação a nós é um certo romantismo. A iniciatica da ancestralidade imaginada nos remete para a necessidade de questionar a nossa relação com a espiritualidade e a beleza dos espíritos ciganos. Somos um povo que possui rara beleza, exala sensualidade, transmite segurança para aquele que nos procuram; somos fortes e determinados quando assumimos um trabalho, não deixando nada para depois; somos médiuns de personalidade marcante, severa e disciplinadora, ao mesmo tempo em que somos ternos e doces. Muito dizem de sermos passionais, emocionais e por causa disso mesmo é que procuramos sempre auxiliar as pessoas de maneira inconfundível e decisiva. Auxiliamos também de maneira marcante as mulheres que recorrem a nós com problemas de fertilidade ou de ordem sexual. Damos grande valor ao conceito família. Já que pelo lado espiritual somos todos aparentados.

domingo, 12 de abril de 2009

Passos da Iniciatica das Kumpanias

O PRIMEIRO PASSO:
Passo do aprendiz ou em romani: “MOLVAC”
(ESCOLHA INCONSCIENTE)
Quando um Romani recém nascido entra no mundo, sua mãe normalmente consulta as ciganas mais sábias ou um barô para determinar um papel particular para a criança na família. Estas "leituras de nascimento" somente dá um resultado positivo (evidenciando mediunidade ou paranormalidade) em uma de cada duas ou três leituras, mas se a criança é reclamada por um dos cinco elementos (terra, ar, fogo, água ou éter), é certo que ela será treinada nas habilidades mediunicas que acharem compatíveis. Quando uma manuche realiza uma leitura de nascimento, ele leva a criança para o ar livre na primeira lua nova da vida da criança. Isso no caso de gadjós ou de ciganos a serem iniciados ja adultos sao considerados os aspectos de apidao para a vida espiritual, assim como seus dons mediunicos. Tambem as cartas podem dizer se existe necessidade de iniciação, de acordo com a vontade da pessoa (nao pode ser obrigatorio).
Tradicionalmente, a cigana coloca a criança em frente a uma vela prateada grande. Próximo a vela fica colocado uma taça grande com água fresca, um incenso de rosas amarelas, um quartzo branco e um espelho. Os cinco elementos representam o fogo, a água, o ar, a terra e o espírito, estes são os elementos que acreditamos ser a essência para a vida. Enquanto os pais da criança observam, a manuche usa seu método particular de consultar as cartas, e a fisionomia da criança.
Quando atingir o tempo certo, um dos elementos se manifestará e reclamará a criança. Tais manifestações variam em sua intensidade, mas são inconfundíveis para qualquer um que esteja vendo. E podem também já marcar (nascimento) a criança no corpo (como pequenos sinais em lugares característicos, como no queixo-fogo ou nas mãos-terra, costas – éter, pés – água, sinais dentro dos olhos-ar ). Por exemplo, se uma criança é reclamada pelo elemento do fogo, uma pequena faísca pode saltar da vela e atingir o próximo ao bebê, deixando claro o domínio.
Se o éter reclama a criança, os olhos da criança podem repentinamente lacrimejar quando a criança olha para o espelho. Se a água reclama, a taça pode ser derrubada sem intenção por alguém. Se o elemento terra reclama, pode o cristal apresentar nuances de luz colorida. Se o elemento ar reclama, pode a criança respirar profundamente voluntariamente. Não importando qual elemento reclame a criança, ele dará sinais.

O SEGUNDO PASSO:
Passo do Senhor ou Senhora ou em romani: “SINIR”
(ESTUDO DA MAGIA ELEMENTAL)
A nossa integração com a natureza é permanente, obrigatória sob um ponto de vista, imprescindível sob outro. Dizemos que é obrigatória, pois a essência de nossa alma nômade, nossas kumpanias muitas vezes são realizadas na base do que a localidade nos oferece, coisa que só ficamos sabendo através dos sinais mágicos, que o mundo natural nos dá. Nossa necessidade de estar a céu aberto, “dentro” da natureza, tudo muito próximo a rios, cachoeiras ou outros remansos de água – doce , de que são utilizados para cozinhar, lavar as roupas, nos banhar.
Por esses fatos e pelas consequencias de uma maneira de viver nômade, é bastante fácil compreender a obrigatoriedade do convívio entre os romanis e a natureza. A natureza é a generosa doadora da própria sobrevivência cigana. Nela o povo cigano busca os mais variados tipos de alimentos e água, líquido precioso, de sustentação da vida. É verdade, que quando passamos pelas cidades, compramos gêneros alimentícios, tecidos, ferramentas e outros bens necessários, mas a natureza é referência e o principal apoio da vida. Todavia, não entendemos a natureza somente como a doadora dos elementos fundamentais como alimentos e água, mas como fonte inesgotável de energia. Aí começa o lado mágico da natureza cigana por assim dizer, o fundamento etéreo da vida, o lado abstrato muitas vezes não compreendido racionalmente por nós.
Entendemos em vários aspectos, que a natureza é que fornece a vitalidade, o frescor da vida renovada, a cada dia do ponto de vista da troca energética. Do céu, dos astros do firmamento, do Sol, da Lua em suas diferentes fases, desce a energia positiva de Deus, a força divina mantém o homem em pé, apto ao trabalho, às caminhadas, a geração de filhos e a todos os tipos de alegrias, sensações, emoções e sentimentos. A terra, o solo onde pisamos, propositalmente sem sapatos é a Terra, que recebe sem recusas e sempre aberta a todas as energias negativas, os temores, as angústias de um povo tantas vezes perseguido, as tristezas e os desconsolos que maltratam a alma e o coração.
Somos gratos, temos muito amor pelos astros do céu que nos abençoa e pedimos bênçãos à chuva, as águas dos rios, das cascatas, riachos, cachoeiras, às árvores das matas, respeitando os trovões, a força devastadora dos raios e o fogo, que aquece, protege e purifica. Compreendemos que o ar é energia vital, o elemento vivificante da vida e oramos para que as ventanias, tufões e vendavais não destruam nossos acampamentos e tendas. Existe idéia enganosa de que tememos as águas do mar, o que é uma perfeita bobagem. Nós singramos os mares nos tempos das colonizações, inclusive a brasileira, em caravelas.
Segundo nosso conceito mágico da natureza reverenciamos as águas do mar e as deidades que nelas habitam, pois muitos trabalhos de magia são feitos nas areias do mar, para os ciganos as águas salgadas têm a função de fazer a limpeza energética de todos os seres do planeta que nele habitam. Reconhecemos nos elementos e nos elementais, uma força extraordinária, real e auxiliadora, tanto que nos trabalhos mágicos não deixamos de pedir permissão a eles, para a manipulação das energias da natureza.
Somos muito inteligentes para identificar as mensagens oriundas das forças naturais e tomarem seus cuidados e prevenções, somos meteorologistas natos não necessitando de instrumentos ou outras sofisticações para saber quando vai chegar uma tempestade, uma nevasca, ou um sol de rachar. Sabemos reconhecer quando há água por perto, ou se a viagem prosseguirá em terreno árido e seco. Pressentimos os perigos das selvas, das matas pelos movimentos dos animais, pela revoada dos pássaros e outros sons peculiares da natureza.
É sábio saber ouvir a natureza, convivendo com ela pacífica e respeitosamente, e nisto o povo cigano é mestre. O convívio harmonioso, que de certa forma podemos dizer que um cigano é mais uma das manifestações da natureza. Por isso a Vida Cigana é mágica. E por isso podemos manipular energias que é o ato de evocar poderes e mistérios divinos e colocá-los em ação, beneficiando-nos ou aos nossos semelhantes. A magia está no ato de colocarmos amor em tudo que fazemos, quando cozinhamos, falamos, costuramos, estudamos, trabalhamos etc...É isso que torna o praticante da magia verdadeiramente divino.

O TERCEIRO PASSO:
Passo do Medium ou em romani: “MEDINORE”
(CONHECIMENTO DOS TIPOS DE MEDIUNIDADE)
A mediunidade é a capacidade de comunicação com entidades não-fisicas ou espirituais. Os chamados médiuns são pessoas que tem a capacidade de mediunidade, ou seja, a capacidade de ser uma ponte entre este mundo, (o mundo dos vivos, o mundo físico), e o mundo espiritual, (o mundo dos espíritos). Hoje em dia chamados médiuns pelas doutrinas espíritas, foram noutros tempos chamados videntes ou foram sacerdotes em templos dedicados a religiosidade de varias linhas de espiritualidade. Os tipos mais conhecidos de manifestação mediúnica são: Médiuns de efeitos físicos, médiuns de efeitos mentais e os médiuns de efeitos oníricos. O médium de efeitos físicos, tem a capacidade de deixar uma entidade espiritual entrar dentro do seu corpo, sendo que essa entidade ocupa e toma conta do mesmo corpo.
A esse fenômeno alguns chamam incorporação, mas na verdade trata-se de uma forma de possessão. O fenômeno por vezes pode ser acompanhado pela leve perda de consciência, que perde o auto-controle, ou seja, deixa de conseguir ter domínio sobre o seu próprio corpo e a sua própria mente, que ficam dessa forma sob o poder da entidade espiritual que possuiu. Assim, depois de terminar, esse tipo de médium quando realmente esta, passivo no trabalho, raramente se lembra do que se passou enquanto esteve com a entidade espiritual. A todo este estado chama-se transe.
O médium de efeitos mentais tem a capacidade de comunicar com os espíritos, contudo sem entrar em transe. Nestes casos o trabalho de comunicação do médium pelo espírito é menos intensa. O espírito fala igualmente através do corpo do médium, contudo o médium mantém perfeita lucidez e consciência durante todo o processo. Nesta forma de comunicação com os espíritos, o médium acaba fazendo uso de certos recursos materiais que permitem a transmissão das mensagens que o espírito deseja transmitir: desde pêndulos, cartas, oráculos diversos e psicografia, etc.
Há por ultimo o médium onírico, pois também a mediunidade pode ser exercida através de mensagens facultadas através de sonhos ou visões noturnas. A todo este tipo de praticas mediúnicas, denomina-se mediunidade onírica. Neste tipo de mediunidade, a pessoa recebe as mensagens de forma mental, contudo não se encontra em total consciência de si mesmo porquanto se encontra dormindo ou num estado alterado de consciência. E por ser assim, este tipo de mediunidade é em parte física e em parte mental, pelo que merece uma referencia distinta.
O Exercício da Vidência, é a capacidade de receber mensagens do mundo espiritual com cunho de poder predizer sobre as questões intimas do consulente. Esta capacidade mediúnica tem que ser muito cautelosa de parte do médium que esta a trabalhar. Tanto que no Novo Testamento se lêem mais referencias a este fenômeno, quando se observa que apos a morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos foram possuídos pelo Espírito Santo e começam assim a falar línguas e a transmitir grandes mensagens de sabedoria. Segundo os textos sagrados, não eram os profetas que falavam por si, mas sim o espírito que os possuiu que falava pela boca deles. E nós ciganos ao longo dos tempos, sofremos muitas perseguições das autoridades eclesiásticas que desenvolveram leis para manter o máximo silencio sobre tais trabalhos mediúnicos, e mesmo para impedir, (pelo medo), que a espiritualidade dos ciganos fosse livremente exercida.
E todo esse esforço resultou numa busca de trabalhos lídimos, que embora fossem perseguidos, eram (e são) feitos com muito amor. Tais conotações negativas entre as praticas espirituais de contato com os espíritos foram lançadas especialmente impedir que as pessoas exercessem as artes místicas e praticassem livremente, fora do controle eclesiástico, as vias da espiritualidade. A dado momento, a instituição religiosa quis deter o monopólio sobre toda a atividade espiritual, alegando que apenas nela residia a capacidade de comungar e comunicar com a realidade espiritual.
O teor exclusivo do mundo espiritual parecia ser propriedade da Santa Madre Igreja, e tudo mais fora desse feudo teológico era pecaminoso e levava á condenação eterna.
Estes foram os argumentos, e esta foi a inútil tentativa de tentar apoderar-se de algo que é tão eterno com a criação do universo, e que é a realidade espiritual, ainda mais para este povo que durante tantos anos utilizou somente os fenômenos naturais como bússola. No entanto, apesar dos esforços de certas autoridades religiosas, os espíritos não pararam de escolher os seus emissários neste mundo e a ligação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos mantém hoje tão firme e poderosa como sempre foi ao longo de toda a existência.

O QUARTO PASSO:
Passo do Trabalhador ou em romani: “ARBÍTERO”
(CONSCIENCIA DO TRABALHO SACERDOTAL)
A magia dos ciganos é direta e objetiva. Apesar de tudo o que possa ter ouvido, a magia não é algo sobrenatural, não natural ou mesmo alienígena. Ela está em nossos próprios quintais, em nossas casas; em nossas tendas e acampamentos, na própria essência de nosso povo. Um dos maiores mistérios da magia é que não há mistérios. Pelo contrário, eles estão constantemente se revelando ao nosso redor.
O estudo de um simples botão de rosa, de uma folha de grama ou do sopro do vento por meio das folhas de uma árvore revelará tanto quanto, senão mais, sobre a verdadeira natureza da magia do que uma centena de empoeirados tomos. Isso é o que chamamos sacerdócio. Porque afinal não somos ciganos e magos, quando estamos realizando magias, atendendo aos nossos consulentes e clientes. E sim o tempo todo, quando em casa, no nosso tempo livre, quando nos locomovendo, quando rimos, falamos, tomamos chá, estamos sempre exercendo nosso sacerdócio.
É um caminho em que se descansa carregando pedra e a natureza, com seus poderes, através de suas manifestações, é que fazem com que nos possamos exercer a alegria de sermos magos, iniciados, sacerdotes, de uma magia impar e linda como a magia cigana. Algumas dessas manifestações, como os espelhos, são artificialmente produzidas, mas estão ligadas e conectadas aos poderes da Natureza por intermédio de seu simbolismo e pelo material de que é feito (de areia). Em nossa era cada vez mais automatizada, muitas pessoas se encontram sem conseguir ver, nem sentir toda a natureza que sustenta e mantém nossas próprias vidas.
A verdadeira dependência que temos da Terra está esquecida. Muitos estão rompendo suas conexões com o natural. Como resultado, este é um período de grande agitação, tanto nos planos individuais espirituais, quanto nos planos sublimados da magia. O sacerdócio pode ajudar a descobrir, trabalhar e resolver muitas das pequenas crises e problemas que nos afligem atualmente enquanto indivíduos.
Certamente não é uma solução simples para os problemas do mundo, mas pode trazer ordem a nossas vidas, e isso já é um bom começo. O sacerdócio é difícil e prazeroso, tanto quanto é útil quando traz tais mudanças a nossas vidas e, dessa forma, à própria vida, e tais mudanças devem ser positivas. O objetivo de todo sacerdote, trilha ocultas e místicos estudos e vivencias é o caminho do processo evolutivo para a perfeição da alma. Embora isto possa não ser obtido em uma vida, é perfeitamente possível que melhoremos a nós mesmos.
Este ato singular já faz com que o sacerdócio se torne muito mais leve. Se praticar qualquer magia, seja ao desenhar um coração na areia, contemplar um espelho para antever o futuro, seja para atar um nó para auxiliar um amigo com problemas, tenha em mente os mais elevados aspectos de seus trabalhos. Você está melhorando o mundo e ajudando a curá-lo das terríveis mazelas que existe.

O QUINTO PASSO:
Passo do Estudante ou em romani: “CONSULEIRO”
(ESTUDOS SOBRE ESPIRITUALIDADE E NOSSAS POSTURAS)
Quando estamos falando de iniciatica, de ritos e de manipulação de magia cigana, devemos ter em mente que devemos ter um juramento de honra, e isso não quer dizer que devemos respeitar (claro) ou isso e aquilo, mas devemos primeiramente respeitar o nosso corpo, porque para estar atendendo, necessitamos estar bem fisicamente, astralmente e emocionalmente, devemos jurar a nos mesmos que teremos varias diretrizes que seguiremos, para poder fazer um trabalho lidimo, ilibado e serio para ser bom para nos mesmos, para os consulentes e também deve ser pelo amor que temos aos nossos amigos espirituais.
Aprendi que assim como não devemos bloquear as águas de um rio, não devemos bloquear nossas emoções, mas sim fazer com que elas fluam harmoniosamente como às margens de um rio? O que acontece quando bloqueamos nossas emoções? Quando não estamos bem, por qualquer motivo, sentimos uma sombra escura, e somos arrastados à medos, depressões, desesperanças.
Busca-se a felicidade, mas, para alguns, ela é sempre temporária, não dura. As crises pessoais ocorrem quando percebemos a inutilidade de um velho padrão, mas continuamos insistentemente apegados a ele, porque nos é mais seguro e familiar. Para isso precisamos de algo verdadeiro, simples e eficiente, para poder atravessar as águas das emoções que acompanham as transformações, e o crescimento que advém das crises pessoais. Precisamos estar conscientes que na medida da expansão da consciência, velhas estruturas tendem a cair.
O modo antigo vai se disolvendo, tomamos medidas para entorpecer nosso sofrimento, criamos ilusões. A raiva é a lembranças da dor passada e revisitada. A irritação produz uma substância que se espalha vagarosamente pelo nosso sistema nervoso, interrompe canais elétricos, contamina a aura. O medo é a dor da lembranças projetada no futuro. Vivemos num mundo com um fluxo invisível de águas de sentimentos. E, as vezes somos inundados pelas ondas das experiências vividas no passado, e quem sabe em outras vidas. Não há como evitar os sentimentos, somos seres humanos.
Há como passar por eles e aprender com suas lições. Negar ou evitar os sentimentos, os intensificam, eles crescem e se tornam maiores na nossa vivência. Aceitar, é reafirmar que estamos prontos para acompanhar e transpor o sentimento de imediato, de maneira que podemos aprender, e crescer na jornada. Nos povos primitivos e nas sociedades contemporâneas, o medo, embora negado, sempre esteve presente na alma humana, e levou a história a tomar o poder de decisão é o poder pessoal que poderá fazer isto. Para caminhar na beleza e amor, para você seguir o caminho do seu coração e tocar em sua própria verdade conscientemente. O corpo emocional é um veículo mais móvel do que o físico ou energias corporais, e é também capaz de sentir vibrações que o físico ou energia corporal é inábil para perceber.
O corpo emocional é capaz de converter pensamentos em sentimentos e vice-e-versa. Como a água, ela pode ser agitada e tornar-se sombria e fora de controle. Nessa condição ela pode debilitar, ser destrutiva e confusa. Como a água, ela pode estourar na tempestade, afetando tudo no seu caminho, sem que possa ser controlada. Ou nós controlamos nossas emoções e as dirigimos, ou ela nos controla.

O SEXTO PASSO:
Passo do Magista ou em romani: “CHANCHY”
(POSTURAS DO MAGISTA)
Dois tipos de magia são discriminados pelos estudiosos de todas as épocas: a Alta Magia e a Baixa Magia. Jamais devem ser confundidas com magia negra ou magia branca, que se tratam de tipos de magia arbitrariamente designados como tal pela idiossincrasia da moral de quem as trata assim. A Baixa Magia seria a magia de cunho terrestre, geralmente pagã (na acepção etimológica original da palavra: "do campo" e não como posteriormente adotada "não cristão") é baseada no desregramento dos sentidos. É baseada na carne, na terra, no suor, no sangue. É o tipo de ritual praticado pelas tribos ditas "primitivas" e pelos cultos afro-americanos em geral.
A Alta Magia seria a magia do controle, a magia do domínio da realidade pelo homem. É um tipo de magia intelectualizada e fria, baseada no "puro espírito", ou melhor, na separação platônica da carne e do espírito. O Mago escraviza entidades, ordena coisas, e para tal tem que ser controlado tanto por dentro quanto por fora. Geralmente se atribui uma organização social matriarcal a este período, mas esta idéia é historicamente incorreta.
A organização era tribal ou em clãs, em geral patriarcais mesmo. (Algumas sociedades já tinham até um estado semelhante ao moderno, mas baseado em dinastias, como o Egito. E é basicamente o que conhecemos por cristianismo, feudalismo, patriarcado, exploração indômita da terra, organização rígida, medo como método de coerção social, "progresso" científico, absolutismo, etc. O mundo está mais unificado e age mais em conjunto, apesar das diferenças. As pessoas jovens são essencialmente não religiosas e adogmáticas. Isso é visto como catástrofe por muitos. Na verdade qualquer transformação é dolorosa, mas não podemos ser pupas para sempre. A religião do futuro ou é a ausência de religião ou uma religião individualizada.
As pessoas não precisam mais serem aceitas em seu grupo social para sobreviverem, como antigamente. As pessoas não dependem mais dos filhos para comerem, portanto não precisam de muitos filhos. Controlamos nossa fertilidade. Informação é o poder do Mago moderno, que não trabalha nem com a pena tampouco com a espada, trabalha com o teclado, à velocidade da luz.
O mago não trabalha na inocência, trabalha no Caos. E que fique entendido que isso não é evolução, progresso, melhoria. É transformação, como da pupa para borboleta ou de ser vivo para cadáver putrefato.
A Magia cigana é ritualista. Ou seja, os efeitos mágicos são obtidos através de rituais, ou amuletos e talismãs, os quais são criados por outros rituais. A Magia também muitas vezes depende de produtos místicos secretos, cujas as propriedades são desconhecidas mas que operam fatos sobrenaturais. Os rituais são necessários para focalizar o nosso poder espiritual e concentrar forças para que efeitos desejados possam ser obtidos. Apenas os iniciados na magia, seguem os que já são mestres e que podem prescindir dos rituais, mas mestres preferem “colocar a mão” na magia, para proteger seus seguidores. Existe um número ilimitado de ritos mágicos possíveis. Ao longo dos séculos, em várias partes do mundo, os ciganos sempre tentaram produzir os mesmos resultados. Embora as características dos rituais realizados variem de culto para culto, de acordo com a cultura em que o feiticeiro se encontra inserido, os objetivos da magia são universais e pode-se definir muito sinteticamente. Todos os rituais e processos mágicos visam, usando o poder, invocar forças espirituais que façam produzir um certo fim aparentemente impossível de obter por meios normais. E esses fins, independentemente das culturas variarem, são sempre os mesmos.
Pois a magia nessa perspectiva obedece ao mesmo princípio. Se a tecnologia não tivesse permitido construir computadores e uma rede de Internet que funcionasse, hoje ninguém estaria sentado diante de um teclado por mero masoquismo ou por pura fé…. Simplesmente ninguém usaria uma coisa que não funciona. E os tipos de ritos mágicos mais utilizados pelos ciganos são:
Magia adivinhatoria, que na verdade é Divinatório, pois evoca-se uma entidade para poder se oracular as questões do consulente, conhecer o passado, o presente e futuro que poderá concretizar-se mediante as opções de cada pessoa.
Magia da Mão de Cura - fazer curar ou fazer adoecer.
Magia natural - fazer chover, parar o tempo, evocar o dia em que foi feita a magia que aflige o cliente, etc..
Magia Emocional - aterrorizar alguém, fazer alguém afastar-se ou apaixonar-se.
Magia mental - controlar mentalmente uma pessoa, manipulando-lhe os pensamentos, ou fazendo uma leitura mental dessa pessoa para saber os seus pensamentos.
Magia sensorial - criar miragens ou ilusões – não confundir a criação de miragens com o ilusionismo, que é o ramo mais baixo e básico desta vertente da magia, sendo apenas um conjunto de técnicas mecânicas sem qualquer segredo verdadeiramente.
Magia astral – realizar viagens astrais, conectar com entidades através de sonhos que parecem reais.
Magia Sintônica - alcançar a sorte ou fazer o azar, assim como a leitura das simbologias daquilo a que chamamos de «coincidências», mas que na realidade não o são porque tais não existem.
Magia de predição – sugestionar um determinado rumo de vida, também pode ser usada para unir ou afastar pessoas, para ajudar ou prejudicar, para salvar ou condenar. Vai da índole do magista.

O SÉTIMO PASSO:
Passo do Professor ou em romani: “BALTIC”
(RITOS INICIATICOS – SEGREDOS DE KUMPANIA)
Para começo de conversa eu vou dizer: ‘Gente, eu só sei metade de 1%, do que existe no universo”. Quero parecer humilde? Não, asseguro que não. A pessoa espiritualista vai ter, até algumas certezas ao longo do caminho, mais não de tudo. O universo espiritual é tão vasto e tão belo, que pode algumas vezes nos dar impressão de que esta nos punindo (quando algo, na nossa magia, manipulada ou interior) não sai como a gente quer, quando a gente exerce o querer do ego. Somos humanos diremos. E é a verdade. Somos humanos, imediatistas, apressados, o amor de nossa vida indo embora.
As contas que não param de chegar. eles vivem lá em cima diremos. E é verdade. Só que o tempo dos espíritos e as necessidades são outras, diferentes das nossas. A religiosidade que em geral que não tem um codificador, cria embaraços e questionamentos. Muitos médiuns, por não saber, por encontrarem dentro de si a certeza, do que “É O CERTO”, entram em conflito com varias outras linhas de espiritualidade. E até mesmo dentro da mesma linha. Conosco, na vida Cigana Espiritual, não é diferente. Ao longo dos meus anos de vida e de trabalho espiritual, posso dizer que já vi de tudo um pouco. E as questões da vida pratica, são as primeiras a serem abordadas. Estou desempregada dirá um consulente, porque o cigano não me ajuda? Ou ainda, eu o amo, quero amarrar a pessoa amada. Ou até, se eu tiver ajuda para ganhar na mega sena, eu dou tudo para este cigano. Repito. Eles vivem lá em cima. Cada caso é um caso, com suas características, seus ensinamentos, sua real necessidade.
Desemprego existe desde que o mundo é mundo. Tem de se avaliar os melhores caminhos na luz da razão. Amarração? Faça o teste, amarre suas mãos durante um dia inteiro, e veja a sensação, não será agradável, eu garanto. Então porque não começar a ver de outro anglo? Se dar oportunidades de conhecer novas pessoas? Se amar antes de tudo? Na questão do jogo, o que será que um espírito necessita que ele já não tem? Este dinheiro trará tudo o que a pessoa quer???? Pense nisso. Não se adoente. Se liberte. E ai dirão vocês, porque a Ramona esta falando isso tudo? Porque quando estamos enganados, sem certeza ou com a visão fechada (certeza demais) com algo, surgem as duvidas. E na linha da espiritualidade dos ciganos não é diferente. Espiritualidade é amor. Este é o laço mais forte. As diretrizes podem ser diferentes, mas não pode faltar amor.
Nas linhas iniciaticas da magia dos ciganos, tem muito folclore, muita coisa se diz sem sentido. Eu só posso lhes garantir, não carregamos cacarecos e nem fazemos nada que não tenha utilidade, isso tanto para a vida material quanto espiritual. Até por termos sido um povo tão fechado nas questões espirituais, deu margem ao imaginário coletivo. Algumas questões são clássicas, como a questão da incorporação, existe a corrente dos que dizem não, existe a corrente que diz sim.
Porque os espíritos ciganos como tantos outros, não podem incorporar, buscando junto ao médium um caminho evolutivo para ambos? É minha gente é por isso que nesta hora eu digo: “Gente eu só sei metade de 1% do que existe no universo”. Eu particularmente creio. E não digam que os espíritos que se manifestam tem que falar com a língua materna da entidade. Isso é impossível, ate mesmo porque estes espíritos estão bem acima destas questões de vaidades terrenas.
E digo que também as linhas iniciaticas, podem e devem ser diferentes, pois tudo o que passamos, começa na ancestralidade, na bagagem emocional que a pessoa tem. Então a iniciação dos ciganos evorianos, não será igual a uma moura, indiana e nem francesa. Cada uma terá pontos em comum, terá a beleza impar, terá a compreensão e sobretudo o amor pela raça cigana.
O OITAVO PASSO:
Passo do Graduado ou em romani: “SALUTERYA”
(RITOS PACTUANTES)

Nós ciganos respeitamos e nos irmanamos com outros espiritualistas, mas nossa iniciatica é diferente. Nunca trabalhe após as refeições, e no dia dos feitiços, procure não comer carne ou ingerir bebidas alcoólicas. Evite qualquer tipo de droga ou calmante e tome somente os remédios estritamente necessários. Nunca faça um feitiço quando estiver esgotada fisicamente ou doente, a não ser numa emergência.
Um ritual pode consumir muito mais energia do que um aula de aeróbica ou uma partida de futebol. Portanto não seja como certas pessoas espiritualistas, que descuidam do corpo, e depois querem manipular elementos mágicos. Prefira alimentos naturais, tome vitaminas e pratique algum esporte. Nunca esqueça se proteger, acenda o seu anjo de guarda quando for realizar uma magia.
Chame os espíritos para lhe auxiliar. Tome um banho antes do ritual de preferência de ervas e procure determinar exatamente o que será feito para que não haja dúvidas durante a execução do ritual. Você deve colocar pelo menos algum símbolo para os quatro elementos, um incenso apropriado, o cristal adequado, uma vela bonita e uma taça com água. O fogo deverá ser o foco da sua concentração.
O sucesso de uma magia depende muito mais da sua concentração do que os materiais utilizados. A força da emoção e da vontade é essencial para que se consiga bons resultados. Todos os pedidos devem ser verbalizados repetidamente. Para se fazer uma magia é importante ter quatro itens: desejo, concentração e visualização. A nossa integração com a natureza é permanente, obrigatória sob um ponto de vista imprescindível sob outro. Dizemos que é obrigatória, pois a essência de nossa alma nômade, nossas kumpanias muitas vezes são realizadas na base do que a localidade nos oferece, coisa que só ficamos sabendo através dos sinais mágicos, que o mundo natural nos dá. Nossa necessidade de estar a céu aberto, “dentro” da natureza, tudo muito próximo a rios, cachoeiras ou outros remansos de água – doce , de que sao utilizados para cozinhar, lavar as roupas, nos banhar.
Por esses fatos e pelos conseqüentes de uma maneira de viver nômade, é bastante fácil compreender a obrigatoriedade do convívio entre os romanis e a natureza. A natureza é a generosa doadora da própria sobrevivência cigana. Todavia, não entendemos a natureza somente como a doadora dos elementos fundamentais como alimentos e água, mas como fonte inesgotável de energia. Aí começa o lado mágico da natureza cigana por assim dizer, o fundamento etéreo da vida, o lado abstrato muitas vezes não compreendido racionalmente por nós.
Entendemos em vários aspectos, que a natureza é que fornece a vitalidade, o frescor da vida renovada a cada dia do ponto de vista da troca energética. Do céu, dos astros do firmamento, do Sol, da Lua em suas diferentes fases, desce a energia positiva de Deus, a força divina mantém o homem em pé, apto ao trabalho, às caminhadas, a geração de filhos e a todos os tipos de alegrias, sensações, emoções e sentimentos. A terra, o solo onde pisam propositalmente sem sapatos é a Terra, que recebe sem recusas e sempre aberta a todas as energias negativas, os temores, as angústias de um povo tantas vezes perseguido, as tristezas e os desconsolos que maltratam a alma e o coração.
O NONO PASSO:
Passo do Espelhado ou em romani: “DRARBANI”
(RITOS DA CONSCIENCIA DO PODER)

É sábio saber ouvir a natureza, convivendo com ela pacífica e respeitosamente, e nisto o povo cigano é mestre. O convívio harmonioso, que de certa forma podemos dizer que um cigano é mais uma das manifestações da Mãe Natureza. Por isso a Vida Cigana é mágica.
E por isso podemos manipular energias que é o ato de evocar poderes e mistérios divinos e colocá-los em ação, beneficiando-nos ou aos nossos semelhantes. A magia está no ato de colocarmos amor em tudo que fazemos, quando cozinhamos, falamos, costuramos, estudamos, trabalhamos etc...É isso que torna o praticante da magia verdadeiramente divino. A Magia cigana é ritualista. Ou seja, os efeitos mágicos são obtidos através de rituais, ou amuletos e talismãs, os quais são criados por outros rituais.
A Magia também muitas vezes depende de produtos místicos secretos, cujas as propriedades são desconhecidas mas que operam fatos sobrenaturais. Os rituais são necessários para focalizar o nosso poder espiritual e concentrar forças para que efeitos desejados possam ser obtidos. Apenas os iniciados na magia, seguem os que já são mestres e que podem prescindir dos rituais, mas mestres preferem “colocar a mão” na magia, para proteger seus seguidores. Existe um número ilimitado de ritos mágicos possíveis. Ao longo dos séculos, em várias partes do mundo, os ciganos sempre tentaram produzir os mesmos resultados.
Embora as características dos rituais realizados variem de culto para culto, de acordo com a cultura em que o feiticeiro se encontra inserido, os objetivos da magia são universais e pode-se definir muito sinteticamente. Todos os rituais e processos mágicos visam, usando o poder, invocar forças espirituais que façam produzir um certo fim aparentemente impossível de obter por meios normais. E esses fins, independentemente das culturas variarem, são sempre os mesmos. Pois a magia nessa perspectiva obedece ao mesmo princípio.
Se a tecnologia não tivesse permitido construir computadores e uma rede de Internet que funcionasse, hoje ninguém estaria sentado diante de um teclado por mero masoquismo ou por pura fé…. Simplesmente ninguém usaria uma coisa que não funciona.

O DÉCIMO PASSO:
Passo do Compromisso ou em romani: “FARDISARA”
(RITOS ASSUMIDOS NO VESTAL DA EXISTENCIA)

Ela está em nossos próprios quintais, em nossas casas; em nossas tendas e acampamentos, na própria essência de nosso povo. Um dos maiores mistérios da magia é que não há mistérios. Pelo contrário, eles estão constantemente se revelando ao nosso redor. O estudo de um simples botão de rosa, de uma folha de grama ou do sopro do vento por meio das folhas de uma árvore revelará tanto quanto, senão mais, sobre a verdadeira natureza da magia do que uma centena de empoeirados tomos.
Isso é o que chamamos sacerdócio. Porque afinal não somos ciganos e magos, quando estamos realizando magias, atendendo aos nossos consulentes e clientes. E sim o tempo todo, quando em casa, no nosso tempo livre, quando nos locomovendo, quando rimos, falamos, tomamos chá, estamos sempre exercendo nosso sacerdócio. É um caminho em que se descansa carregando pedra e a natureza, com seus poderes, através de suas manifestações, é que fazem com que nos possamos exercer a alegria de sermos magos, iniciados, sacerdotes, de uma magia impar e linda como a magia cigana.
Algumas dessas manifestações, como os espelhos, são artificialmente produzidas, mas estão ligadas e conectadas aos poderes da Natureza por intermédio de seu simbolismo e pelo material de que é feito (de areia). Em nossa era cada vez mais automatizada, muitas pessoas se encontram sem conseguir ver, nem sentir toda a natureza que sustenta e mantém nossas próprias vidas. A verdadeira dependência que temos da Terra está esquecida. Muitos estão rompendo suas conexões com o natural. Como resultado, este é um período de grande agitação, tanto nos planos individuais espirituais, quanto nos planos sublimados da magia.
O sacerdócio pode ajudar a descobrir, trabalhar e resolver muitas das pequenas crises e problemas que nos afligem atualmente enquanto indivíduos. Certamente não é uma solução simples para os problemas do mundo, mas pode trazer ordem a nossas vidas, e isso já é um bom começo. O sacerdócio é difícil e prazeroso, tanto quanto é útil quando traz tais mudanças a nossas vidas e, dessa forma, à própria vida, e tais mudanças devem ser positivas. O objetivo de todo sacerdote, trilha ocultas e místicos estudos e vivencias é o caminho do processo evolutivo para a perfeição da alma. Embora isto possa não ser obtido em uma vida, é perfeitamente possível que melhoremos a nós mesmos.
Este ato singular já faz com que o sacerdócio se torne muito mais leve. Se praticar qualquer magia, seja ao desenhar um coração na areia, contemplar um espelho para antever o futuro, seja para atar um nó para auxiliar um amigo com problemas, tenha em mente os mais elevados aspectos de seus trabalhos. Você está melhorando o mundo e ajudando a curá-lo das terríveis mazelas que existe.

O DÉCIMO PRIMEIRO PASSO:
Passo do Orientador ou em romani: “MOTSAU”
(RITOS QUE AUTORIZAM A MOSTRA DA DIREÇÃO)

Para começar falando de Ritos, tenho que falar do que significa para os ciganos, a palavra “Ritual”. Para os zíngaros não é só o ato de realizar atos sagrados e religiosos. É muito mais. É algo vital, pois todo rito gitano tem fundamento único, tem poder, tem magia, tem uma mística única. Cada ritual que realizamos nos diz do poder de Dieula, vindo até nós.
É a Liturgia Mágica da prática da comunhão com os seres vivos e inanimados (não mortos), com os astros, as estrelas e a força sutil que impregna o planeta.
Temos vários tipos de Rituais, cada um para uma finalidade específica. Nos preocupamos com estas cerimônias, pois delas saem a força sutil que nos eleva ao poder da terra astral. Para realizar estes rituais temos um código ético próprio. Pois quando falamos de magias, de feitiços, é próprio da essência do homem pensar ou imaginar que tudo podemos resolver à base de magia e isto não é verdade. A carga cármica que nos foi impregnada, conforme os desígnios de Dieula, são parte da história da cada indivíduo, e ainda que tenhamos um grande livre arbítrio, o que foi desenhado no caderno de nossa vida, teremos de passar. Aí é que entra a postura que cada um pode ter. Utilizar magias para o bem viver? Sim e por que não?
Temos de pesar que este sim e este bem viver, só pode ter propósitos positivos, sempre muito positivos. Este “Sim”, “Bem Viver” e “Propósitos Positivos”, são passiveis de melhorar através da magia desde que seja realmente para o bem de todos os envolvidos. E que saibamos discernir a nossa vontade do que pode até não ser o que queremos, mas sim o melhor para nós. Por todos estes motivos trabalhar com magia é tão difícil. Por isso os ciganos preferiram até os dias atuais pouco revelar dos ritos mágicos que fazemos. Mas considerando que os ritos descritos são abrangentes nos assuntos que nos são muito caros, é errado que permaneça restrito à Casta Zíngara, ou aos privilegiados. Os rituais de magia cigana tem poder, baseado no maior poder do planeta. A natureza que Deus criou, juntamente com o Cosmos, fazem naturalmente a transparência do poder divino, é o rito que entramos em contato abrangendo tudo. Os ritos de magia, são atos sagrados, de grande fundamento e poder, que agora estará bem ao alcance da mão de quem precisa. Estará ao alcance de quem respeita e acredita. Já que estamos intercambiando com forças naturais do universo, é acertada a decisão de revelar segredos místicos da cultura români, porque como já diz o Cigano Ramiro “Tudo que é oculto deverá ser revelado”.

O DÉCIMO SEGUNDO PASSO:
Passo do Responsavel ou em romani: “DIESMAZ”
(RITOS DE AUTONOMIA DAS ARTES MAGICAS)

Para iniciar nossa conversa sobre os dogmas existentes na vida cigana espiritual, falar destes pontos fundamentais e indiscutíveis de nossa doutrina de religiosidade cigana, é impossível desassociar vida pratica, com vida espiritual. Porque o trabalho espiritual começa, na postura da vida pratica, inibindo a vida não lidima “casar” com a vida espiritual pura. Destes pontos, conceitos que falamos, todos são de profunda e indiscutível importância na religiosidade dos ciganos. Os dogmas a serem abordados são por vezes mal entendidos até pelos que tem vontade de realmente acertar no trato espiritual.
A vaidade, é um destes pontos que devemos abordar, sem adendos, sem dourar o ângulo que se vê. Vaidade é e sempre será prejudicial a qualquer tipo de vida espiritual, fazendo com que o médium se desvirtue, rapidamente e caia no buraco negro da perdição. Porque todos os tipos de vaidades, afastam do rumo certo. E começa a interferir, logo no inicio do trabalho quando nos “dispomos” ao espírito com aura não limpa. A concentração exigida ao trabalho, não somente na hora em que estamos no local onde acontecem as reuniões espirituais, ela começa a apresentar falhas preenchendo os buracos abertos pelos ícones da vaidade - ficar pensando no que as outras pessoas pensam de ti, pensar e acreditar que é um ser especial, trazer a publico – falar de sua mediunidade com um sofrimento disfarçado, porque na verdade quer dizer que não é uma pessoa comum, acreditar que tem poderes, preocupar-se em demasia com o visual – roupas, jóias, adereços/ que o “espírito”/você, vai usar, achar que a toda hora esta recebendo vibrações espirituais de patamares elevados, necessitar de adendos – fumo, bebida, coisas matérias – para o trabalho espiritual, explorar comercialmente o atendimento espiritual fora dos padrões permitidos e não repassar uma parte para caridade (geralmente 20% do valor), estimular dependência dos consulentes, aceitar presentes profanos (para você), fazer ou ensinar magias maléficas e uma serie de falhas de caráter, que temos que pesar com o bom senso e não ir por estes caminhos. Eles a primeira vista pareceram justos, mas não são, enquanto o médium pensa nestes pontos, não se concentra, e assim a comunicação trás pontos inverídicos, influenciando os consulente mais frágeis, crédulos e problemáticos.
A aceitação do trabalho mediúnico tem de ser total, sendo verdadeira e harmônica. A aceitação para ter forma integral, você tem que saber tudo a respeito do que é manipulado na magia da mediunidade, e este “saber” não pode ficar somente por conta do trabalho espiritual, não podemos ser passivos, temos que fazer a nossa parte indo a luta, estudando, perguntando, lendo, aprendendo, sobre todos os assuntos inerentes a espiritualidade em geral (cromoterapia, reiki, oráculos, kardecismo, astrologia, fitoterapia, angeologia, orixás, ciganos, mestres, etc.......), tudo que possa ser útil em sua caminhada de evolução, abrindo os canais intuitivos para que sejam utilizados em prol da seara de Cristo, da seara da caridade.
Esta aceitação quando falamos especificamente em Ciganos Espirituais, em linha pura ou em outras linhas, temos que adentrar nos caminhos da Vida Cigana e da Vida Gadjê. Porque são lidas totalmente diferentes e quando não entendemos sobre, podemos misturar os pontos de ação e fazer uma espiritualidade de lana caprina, insignificante, porque ela não estará calçada nos princípios e poderá sofrer influencias de qualquer espírito que venha a se passar por este ou aquele sem ser. Os princípios da Vida Cigana, devem ser trazidos à vida Gadjô, quando tratamos da espiritualidade cigana, digo, antes de começar qualquer rito com o povo das estradas, nesta dimensão de aprendizado, respeitar as regras da espiritualidade cigana, por mais dispensáveis que pareça.
Isto será o principio da mostra de lealdade do trato com os espíritos, a lealdade com os princípios fundamentais (independendo em que linha você esta), da caridade, amor, respeito, paciência, do compromisso astral, denota a sua caminhada na busca da elevação espiritual sem precisar fazer propaganda disto. Este é o verdadeiro respeito que temos pela religiosidade (nossa e das outras pessoas) e principalmente conosco, pois cada vez que cuidamos de tudo com respeito, amor e seriedade, denotamos um respeito pela estrada e pelo compromisso que “assinamos” bem antes de estarmos aqui.
Quando tratamos do assunto Kris Romani, no tocante ao trato com os espíritos, ela acontece quando não há consenso entre as partes. E a religiosidade ficar manchada nos casos de perdas de não seguimento de missões espirituais, de honra e coisas serias que marcam a jornada espiritual, como roubos, adultério, atos de violência física e condutas afins.

O DÉCIMO TERCEIRO PASSO:
Passo do Mago ou em romani: “Romaniva”
(RITO DO CHANCELAMENTO)

A Consagração é definido pelo dicionário como “consagrar formalmente a uma finalidade religiosa ou divina.”Consagração ou purificação deve ser feita para ter mais habilidade no trabalho mediunico. Os objetos pessoais são consagradas para uso pessoal, então a consagração deve ser feita pelo dono e adequadamente, e depois guardadas à disposiçao somente do dono.
A consagração é uma forma de purificação, e é feito com sal, com a água, com a vela e o incenso, que representam os cinco elementos da natureza, a água, a terra, o fogo, o ar e espírito. É importante que a consagração seja feita em um estado de espírito positivo, uma vez que este incorpora o “espírito” e parte dos elementos. Consagração é usado para ganhar o preparo necessario para o trabalho astral. Uma vez consagrado, seu caminho deve ser seguido sem interrupções, seu material estará programado por você e atenderá seu pedidos sempre que ativados, se assim for de seu merecimento. E a consagração geralmente é realizada uma vez só, por isso é importante ser bem elaborada a magia deste ritual.
Liberdade
Essa é a verdadeira função da consagração. A energia já está se elevando. Eu peço a todos vocês que estão aí para que estendam suas mãos para cá, doem toda a energia, mandem a energia, participem. O Amor é a energia que resgata o coração e resgata a alma, a maior força que o Homem detém na Terra. O Amor congrega a paz que vem do coração. Quando alguém recebe uma consagração, está recebendo a Energia de Deus, representada nos quatro elementos, mais a força do Espírito, que ilumina e transforma a vida da Terra, na peregrinação da evolução, trazendo, pela congregação de Espíritos de todas as ordens, de todas as esferas, o canal que indica a todos a direção certa, o caminho certo para a existência terrena.
O Caminho Iniciatico - Agir como Cigano
O Batismo Cigano foi trazido por João Batista. Ele simplesmente tinha o nome de João, não possuía segundo nome, senão o nome dos pais. Quando João Batista tomou conhecimento da ordem espiritual para que todos recebessem, pela água, a unção dos Espíritos foi porque, entre os elementos da natureza, a água é o mais forte e necessário a sobrevivência dos Homens na Terra. E utilizar-se da energia pelo Espírito traz a todos proteção de Deus.
A iniciatica traz a presença dos Espíritos na vida daqueles que são batizados, pois transforma a alma, renova os destinos e traz com clareza os desígnios de Deus, traçados no caminho do Espírito peregrino da Terra. Os Ciganos trazem o lado espiritual da vida a todos os filhos, irmãos e apadrinhados, e a proteção se estende por toda essa geração.
Os que recebem a consagração cigana a partir de hoje vão começar a agir como cigano: um cigano não mente; um cigano não trai um cigano, pois vive a solidariedade, a fraternidade; um cigano é temente ao Cristo, que é Jesus; tem como padroeira Sara Kali. Em cada lar cigano, há um altar dedicado ao Cristo e à Sara Kali, para representar a iluminação do Espírito em suas casas.
Os que são consagrados por nós não podem mais viver desordenadamente, porque o espírito liberto do cigano não trai, não rouba e nem tira a esperança de ninguém. Um cigano verdadeiro cultiva a lealdade, cultiva a família, cultiva a fraternidade. Um cigano nunca tranca a porta para outro cigano: sua casa é a casa de todos, sua família é a família de todos. O carimbo do amor vai lhes trazer a paz, a prosperidade e a harmonia, principalmente na sua família.
Só agindo assim, vocês se tornarão ciganos libertos de toda miséria humana, miséria de sentimentos, miséria de alma, miséria de bens materiais, miséria de amor. Terão amor por todos, alegria para todos, porque nós não cultivamos a tristeza, não cultivamos a morte. Cigano cultiva a vida e a alegria, a família e o amor. Os ciganos são assim: falam o que tem de falar, mas não guardam mágoa de ninguém. Cigano é assim, liberto! Cigano gosta da verdade, do amor, gosta das coisas bem arrumadas.
Participar de um clã cigano, de uma família cigana, é sentir a liberdade de Espírito. Cigano na alma, cigano liberto, cigano esclarecido é quem conhece a Verdade e nada teme: não teme dificuldades, não teme a morte, não teme nada, porque sabe é a alma que resiste a tudo. A alma nunca fica doente, ela regenera-se e evolui, sendo uma oportunidade que vocês recebem para evolução, para aprender. Por isso, o Cristo se deixou batizar por João Batista, para que, na Humanidade, todos o conhecessem também pela força do batismo. Quem consegue seguir no caminho mediunico ate a consagração, recebe a força e o acompanhamento cigano por toda a vida.
Quem é iniciado como cigano, passa a viver como cigano. Nossa família na Terra só aumenta, o que para nós é uma honra muito grande, recebendo os novos irmaos e sempre conclamando o poder da videncia e do trabalho a ser feito.

Em breve falarei destes passos! Aguardem!

sábado, 11 de abril de 2009

Pascoa!

A Páscoa (do hebraico), significa passagem. É um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo (Vitória sobre a morte) depois da sua morte por crucificação. Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.
A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida).
A suposta última ceia partilhada por Jesus e pelos discípulos é considerada, geralmente, um “sêder do pesach” – a refeição ritual que acompanha a festividade judaica, se nos atermos à cronologia proposta pelos Evangelhos sinópticos. O Evangelho de João propõe uma cronologia distinta, ao situar a morte de Jesus por altura da hecatombe dos cordeiros do Pesach. Assim, a última ceia teria ocorrido um pouco antes desta festividade.
Os termos "Easter" (Ishtar) e "Ostern" (em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pesach (Páscoa). As hipóteses mais aceitas relacionam os termos com Eostremonat, nome de um antigo mês germânico, ou de Eostre, uma deusa germânica relacionada com a primavera que era homenageada todos os anos, no mês de Eostremonat, de acordo com o historiador inglês do século VII, Beda.
E AGORA VAMOS VER COMO SURGIU O CHOCOLATE!
Quem sabe o que é "Theobroma"? Pois este é o nome dado pelos gregos ao "alimento dos deuses", o chocolate. "Theobroma cacao" é o nome científico dessa gostosura chamada chocolate. Quem o batizou assim foi o botânico sueco Linneu, em 1753.
Mas foi com os Maias e os Astecas que essa história toda começou O chocolate era considerado sagrado por essas duas civilizações, tal qual o ouro.Na Europa chegou por volta do século XVI, tornando rapidamente popular aquela mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. Vale lembrar que o chocolate foi consumido, em grande parte de sua história, apenas como uma bebida. Em meados do século XVI, acreditava-se que, além de possuir poderes afrodisíacos, o chocolate dava poder e vigor aos que o bebiam. Po isso era reservado apenas aos governantes e soldados.
Aliás, além de afrodisíaco, o chocolate já foi considerado um pecado, remédio, ora sagrado, ora alimento profano. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda tal o valor que o alimento possuía. Chega o século XX, e os bombons e os ovos de Páscoa são criados, como mais uma forma de estabelecer de vez o consumo do chocolate no mundo inteiro. É tradicionalmente um presente recheado de significados. E não é só gostoso, como altamente nutritivo, um rico complemento e repositor de energia. Não é aconselhável, porém, consumí-lo isoladamente. Mas é um rico complemento e tambem repositor de energia. O Povo Cigano não faz da Páscoa uma época de troca de ovos de chocolate ou qualquer outro simbolismo ocidental/oriental, utilizamos essa data para marcar em seu calendário um período de renovação de forças e energias cósmicas, onde buscamos vitalidade para enfrentar mais um ano energeticamente renovado após a quarentena de desvios energéticos.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Sexta Feira Santa

A Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão, é a Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.
Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo. A Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. Na Igreja Católica, este dia pertence ao Tríduo pascal, o mais importante período do ano litúrgico.
A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, pelo que é um dos raros dias em que não se celebra, em absoluto, a Eucaristia. Por ser um dia em que se contempla de modo especial Cristo crucificado, as regras litúrgicas prescrevem que neste dia e no seguinte (Sábado Santo) se venere o crucifixo com o gesto da genuflexão, ou seja, de joelhos. No entanto, mesmo sem a celebração da missa, tem lugar, no rito romano, uma celebração litúrgica própria deste dia. Tal celebração tem alguma semelhança com a celebração da Eucaristia, na sua estrutura, mas difere essencialmente desta pelo facto de não ter Oração eucarística, a mais importante parte da missa católica.
A celebração da morte do Senhor consiste, resumidamente, na adoração de Cristo crucificado, precedida por uma liturgia da Palavra e seguida pela comunhão eucarística dos participantes. Presidida por um presbítero ou bispo, paramentado como para a missa, de cor cor vermelha, a celebração segue esta estrutura:
Obs: Em muitas cidades históricas como: Paraty, Ouro Preto e Pirenópolis, a Celebração da Paixão e Morte do Senhor é procedida da Procissão do Enterro, também conhecida como Procissão do Senhor Morto, em que são cantados motetos em latim.
Toda a liturgia católica deste dia está em função de Cristo crucificado. Assim, a liturgia da Palavra pretende introduzir os fiéis no mistério do sofrimento e da morte de Jesus, que assim aparece como uma acção livre de Cristo em ordem à salvação de toda a humanidade.A veneração da cruz, símbolo da salvação, pretende dar expressão concreta à adoração de Cristo crucificado.
A comunhão eucarística é, para a Igreja, a forma mais perfeita de união com o Mistério pascal de Cristo, e por isso é um ponto culminante na união dos fiéis com Cristo crucificado. O facto de se comungar do pão consagrado no dia anterior vem exprimir e reforçar a unidade de todo o Tríduo Pascal.
Além da celebração da Paixão do Senhor, rezam-se as diversas horas litúrgicas da Liturgia das Horas.
A Igreja exorta os fiéis a que neste dia observem alguns sinais de penitência, em respeito e veneração pela morte de Cristo. Assim, convida-os à prática do jejum e da abstinência da carne.
Páscoa é uma data muito especial é aguardada por quase todos os povos que sofrem algum tipo de influência cristã, com o povo cigano não é muito diferente. É certo que a origem cigana provêm de tempos mais antigos do que o Cristianismo, mas muitos conceitos da cultura cigana interagem com a da Igreja Católica, tanto que Santa Sara é reconhecida por ambas as culturas, mesmo não tendo Santa Sara passado pelo processo de canonização.
Durante a semana santa, nós ciganos levamos nossa vida normalmente, cumprindo com afazeres.
Porém na sexta-feira santa passam a ter um dia mais reservado, onde a leitura dos oráculos não são realizadas, onde os homens deixam de lado os trabalhos manuais e em todas as tendas sao feitas as orações, 3 no total, uma pela manhã bem cedo ao acordar, outra no período da tarde e outra no horário noturno, após o Sol se esconder.
No sábado, conhecido hoje como sábado de aleluia, nós ciganos procuramos nos purificar, realizamos alguns rituais com o elemento fogo para purificação do corpo astral, banhamo-nos com ervas frescas e águas limpas, como mar, lagos e cachoeiras preparando-se para receber a energia de renovação que o raiar do Sol no domingo de Páscoa traz. O Povo Cigano não faz da Páscoa uma época de troca de ovos de chocolate ou qualquer outro simbolismo ocidental/oriental, utilizamos essa data para marcar em seu calendário um período de renovação de forças e energias cósmicas, onde buscamos vitalidade para enfrentar mais um ano energeticamente renovado após a quarentena de desvios energéticos.