terça-feira, 17 de março de 2009

Cigana Sara tambem conhecida carinhosamente como Sarita

Esta cigana é de origem do Norte Europeu, era Moldovája, nascida na Moldóvia. Desde cedo mostrou sua importancia de forma suave, os que a conheciam. Não mais se esqueciam dela, o poder da doçura conferia um grande numero de amigos. Sempre foi muito bem sucedida no que propunha fazer. Pensava sempre em vencer as dificuldades com vontade, superava os obstaculos e perseguições que apareciam. Isso a fez considerada, pois tinha tambem a mao do ouro, com incrivel facilidade de imputar tambem aos outros esta boa energia.
Era uma medium muito forte e fazia a magia dos anjos da guarda. Tudo o que ela solicitasse a eles ela era atendida. Era bonita, esguia, dançava bem, com muita graciosidade e isso despertava inveja em algumas pessoas. Ainda jovem se apaixonou por um homem que tambem a amou com fervor. Só que ele era gadjò. Logo quando seus pais perceberam que ela estava perdidamente apaixonada, a fizeram selar daró, ou seja aceitar um cigano escolhido por eles. Logo o brilho que havia em Sara fenecia. Veio o casamento arranjado para logo, pois pensavam seus pais que aquilo logo passaria. Mas na cerimonia, todos viam atras do seu riso, a falta de brilho, a tristeza dos seus olhos. Seu marido entao que já começava a se apaixonar, se incomodava com aquele sentimento que Sara nutria por outro homem.
Fazia-lhe grosserias, batia em Sara, tratava-a como uma traidora. Ela calava a tudo. Nesta epoca a única alegria que Sara tinha era dançar, pois assim se conectava com seus anjos amigos, e fazia as magias que necessitava fazer. Em uma ocasiao pediu que o gadjó não pensasse mais nela, já que havia casado, noutra que abrandasse o marido. Mais logo a maior magia se fez. Ela se descobriu gravida! Logo marido começou a levantar suspeitas de sua fidelidade, o que doia nela, pois era inocente! Quando seu filho nasceu, ela tirou dela logo após o desmame, para ser criado pela mae dele. Sara desabou, sofreu, chorou, mas nada fez com que ele mudasse de ideia.
Pedia aos anjos todos os dias para que cuidassem bem de seu filho. E numa de suas orações, veio a aparição de um anjo dizendo que ia ajudar. Ela sorriu, seu coração encheu-se de alegria e esperança. Logo após este acontecimento, seu marido teve um problema de saude muito serio, vindo a falecer. Ela foi morar com a sogra e com o filho e se surpreendeu. Sua sogra disse a ela que tambem havia sido como ela, e que ela entendia e apoiava Sara. Mesmo se ela se envolvesse com o gadjó que em segredo amava, pois isso já havia acontecido a ela tambem. Mas o gadjó em virtude do medo que impunha-lhe pelo finado marido, não respondia aos seus apelos. Ela entao se fechou para este homem. Mas não para o amor. Vivia feliz com seu filho e fazia inumeras magias para auxiliar quem precisasse. O amor permanecia em sua vida.
O amor aos espiritos, aos anjos, a auxiliar quem sofresse por amor. Esta cigana hoje quando elege seus protegidos, devota amor a eles de forma muito carinhosa, faz com que sejam pessoas que tentem entender os problemas e as paixoes das pessoas. É carinhosa e forte. Dança na energia dos anjos da guarda, espalhando bem estar a quem for afortundo de conviver com ela. Ela usa roupas leves, ama dançar e quando se movimenta, sente-se a energia de Sara no ar. Trabalha com orações, petalas de flores, doces finos.
No astral ela é mestra em fazer com que os amores verdadeiros venham poder se realizar, realiza feitiços enquanto dança e harmoniza a aura das pessoas. Em sua dança consola os aflitos, as amigas, as mulheres e as mães. Seu ditado favorito é: Tudo passa, amanha tudo pode ser esquecido.

Cigano Rodrigo

Este cigano é natural da Hungria, de familia Louvara. Desde a mais tenra idade já conseguia influenciar as pessoas, atraves de suas colocações, da sua forma de pontuar a hora certa. Rodrigo, bem jovem já tinha aprovação dos Barôs, para no futuro tambem ser um. Aconselhador, prima pela justiça sem impor glata, impoe sim, respeito e argumentação convincente que faz com que o caminho seja tomado após analise de todos os angulos da questao. Sempre foi um cigano em querido e com uma ligação muito forte com os elementais do ar. Os ventos vinham lhe contar o que estava acontecendo e mesmo estando na posição de kaku, nem sempre dizia tudo o que sabia.
Estava com 29 anos, sempre adorado e bem querido pelas pessoas, principalmente pelas mulheres, se envolveu com uma cigana rudari. Esta lhe enredou, atraves dos sentimentos, da magia e da conversa. Ela dizia estar muito apaixonada, e apesar de ter a mesma idade que ele, era muito mais experta. Viúva, havia voltado a conviver com sua propria familia, que de certa forma a rechaçava. Rodrigo achava uma injustiça, mas nunca emitiu uma opiniao mais vigorosa. Deixava-se se queixar, a ouvia e confortava em seus braços. Ele sempre tinha uma sensação de que ela lhe escondia algo, mas passando por cima do amor que acreditava sentir, não dava credito a seu coração, a sua intuição. Um dia necessitou viajar e deixou sua amada que já estava morando com ele, para aconselhar um cla longe que estava com serios problemas de relacionamento. Ao voltar, ela o recebeu igual, com todo ardor.
Mas muitas coisas haviam mudado. Sua familia não só a rechaçava, como a condenava, e procurava Rodrigo para aconselhar que ele a deixasse. Ela no entanto sempre conseguia evitar que isto acontecesse. Chorava, chantageava, fazia tudo para que isso não ocorre-se. Nas primeiras semanas, Rodrigo aceitou, mas depois alegando viagem, foi ao encontro dos que queriam lhe falar. Logo ficou sabendo que ela mantinha o relacionamento com ele para ter um alibi. Ela mantinha um romance com o marido de sua irma. Rodrigo ficou chocado, chateado, mas não saiu do seu eixo. Ao chegar em casa conversou com ela, e o fato dela reagir aos gritos, fez com que ele soubesse o carater que ela tinha. Depois deste relacionamento, ele ficou muito decepcionado com as pessoas em geral. Mas o amor ao que é justo falava mais alto no seu coração e na sua consciencia. Deste forma, ele amadureceu muito e passou ainda mais a aconselhar, principalmente para que as pessoas não saiam do seu eixo.
Para este cigano, o importante é que se de o valor devido a cada situação, não guarde magoas, e ensine sempre, pois aquele que não valoriza os ensinamentos da vida, é incapaz de resolver positivamente e justamente as questoes que se apresentam ao longo de nossa existencia. O Cigano Rodrigo, quando presente em forma de energia, sente-se um conforto mesmo que estejamos diante de problemas mais graves. Ele quando incorporado, nota-se no medium uma juventude que contrasta com as sabias palavras que ele distribui, enquanto recebe as pessoas com carinho. Mas não se engane, porque Rodrigo prima pelo que é justo, analisando bem todos os lados da mesma questao. Ele trabalha com oraculos tradicionais, mas no entanto prediz, observando o jeito da pessoa se portar.
Dando conselhos inusitados, sendo capaz de entender a todos sem distinção. Ama o violino cigano, os cigarros finos, os cristais (com os quais faz muitas magias), os incensos e as velas coloridas. Quem se consulta com este cigano sai surpreso, pois ele não se espanta com nada. Seu ditado favorito é: “Ir ao chao é ruim, mas sempre servirá para mostrar, que la não é o seu lugar!”

Cigana Ilarim

Esta Cigana tem grande poder de dar seus recados da forma mais inusitada e quando um Cigano encarnado neste mundo dinâmico vive como gadjó e se afasta dos princípios espirituais da Raça Cigana, lá estará Ilarim conduzindo-o de volta ao ninho de forma que ninguém espera. Conheço uma cigana encarnada que sempre viveu de forma gadjó, sem nunca se desligar de seu lado espiritual, sem deixar também os aspectos religiosos de sua cultura. Um dia porém, atarefada demais com seu trabalho gadjó, de viajar pelo mundo (uma forma cigana de ser gadjó), começou a deixar de lado seus deveres espirituais, e a faltar nos encontros para as tradicionais festas de seu povo.
Sua vida pessoal andava meio de lado também devido à cobiça de se deixar levar por tanto trabalho. Passou a trabalhar quando não precisava, e mesmo quando não devia, sendo por fim a única coisa que fazia na vida. Até que um dia sua protetora (Ilarim), resolveu chamar e leva-la de volta à tenda. Estava ela na cidade de Fraiburgo (a capital da maçã brasileira) em Santa Catarina, uma cidade colonizada e habitada por alemãs e austríacos, gente alva e trabalhadeira. De repente quando entra num comércio para comprar maçãs desidratadas, vem ao seu encontro uma linda cigana sozinha, balzaquiana, pequena, morena de lindos cabelos negros e olhos de jabuticaba, se dirige a ela e diz: - Estava com saudades, compre para mim um maço de cigarros (escolhe o mais caro, um tipo importado) e me dê de presente um licor (tipo amarulla, bem suave). Sua vida de amor anda mal, também você só trabalha! Olhe para você, sua pele cansada, já esquecestes de quem você é?
Vou te dar esta pulseira, volte para sua casa, y picibar, yo ke jellante, camepe su rom ke mapilém! (e faça amor, seja amante, seu marido te ama, ele é viril!). Sai da loja com o maço de cigarros e o licor, deixando a ciganinha incrédula com a pulseira na mão. Rapidamente volta ao hotel em que esta hospedada e indaga sobre onde ficam os moram os ciganos dali, ouve mais incrédula ainda a informação de que nunca param ciganos na cidade!
Ela aperta a pulseira no bolso e volta para casa, quando chega seu marido parece que a vê diferente, como se fosse uma rainha, cobrindo-a de mimos e cuidados. Tudo fica bem, ela diminui o seu ritmo e volta para os deveres da Raça, de longe Ilarim sorri e comenta com Artêmio: - Não te disse que a traria do meu jeitinho? Bom a pulseira a cigana guarda como um valioso talismã até hoje.

Cigana Haritza (Cigana dos Sete Simbolos)

Esta cigana conhecida pelo nome de “Cigana dos Sete Simbolos”, na verdade se chama “Haritza”, nasceu numa familia que se amava muito mas se entendia pouco. Muitas discursoes, muitos gritos, assim vivia, e com o espírito calejado de tantas lutas, fazia erros e pequenos acertos. Haritza, filha de pai somente (a mãe faleceu, logo depois do parto), veio ao mundo, numa tsara muito pobre, muito triste. No entanto tinha amor. Seu pai a amava. A incensava tanto quanto um diamante, ela mesmo com todas as dificuldades, era amada com fervor. Cresceu assim em meio a muitas dificuldades, havia dias que faltava o pão, e seu pai até mendigava na vizinhança por ela, tinha ele uma certeza que sua filha, seria uma pessoa muito importante, e que lhe daria muito orgulho algum dia.
Mas os impedimentos da vida, acabaram minando a saúde deste homem tão caridoso, e ele assim desencarnou vitimado por varias doenças, desde desnutrição até outras de difícil diagnostico, que o povo só especulava. Aos 13 anos quando viu seu pai a deixar só, o desespero bateu. As tias tomaram conta e uma senhora muito boa a chamou para morar com ela, mas ela já sabia das dificuldades que devia enfrentar e recusou o convite. E logo conheceu, a pessoa que a ensinaria a ser o que seu pai tanto sonhou, só que pelos caminhos errados. Tinha dons mediunicos muito impressionantes. Olhava dentro dos olhos das pessoas e já sabia os males os afligia. Haritza, embora temesse, sentia uma certa excitação para viver aquela vida tão promissora financeiramente, visto que durante dois anos, sua protetora havia-a coberto do bom e do melhor. Assim ela teve seu consultorio espiritual montado pela protetora e com ela aprendeu todos os truques que podia usar na sua vida de cartomante.
Seu jogo tinha no custo “peso de ouro”, ela induzia, jogava, punha os clientes em situações bem complicadas e fazia com que eles deixassem todo o seu dinheiro ali com ela. Fazia isso a poder de enganos e ameaças. Começou cedo dando muito orgulho a sua protetora, mas tinha um fraco: O Álcool. Gostava de beber, de ficar de pilequinho. Algumas vezes exagerava e com o passar dos anos a força mediunica se perdia. Assim ela foi aos poucos deixando de ser a menina poderosa. Muito inteligente, vendo seu faturamento minguar, descobriu uma nova fonte de renda. O que afligia muitas de suas clientes, volta e meia e era sempre resolvido. Pensava que podia ser um grande negocio. Foi ate uma tecedeira de anjos, e esta lhe ensinou como fazer. Logo apareceu uma menina, esta foi sua primeira cliente. Ela logo percebeu que ganhava mais assim. Volta e meia distribuía comida, roupas usadas, e assim foi ganhando força no lugar onde vivia.
Abriu uma casa sua só para tecer anjos. Mais a bebida sempre a atrapalhava, até que um dia, uma menina bem novinha acabou desencarnando devido ela estar embriagada na hora do serviço. E se tornou uma pária da pior espécie. Passou a ler seu baralho ensebado por um copo de cachaça. E assim decaiu tanto que no fim de sua existência mendigava pelas ruas, e acabou, morrendo de fome, de doença, de carência e de seus vícios. Por isso agora no astral, em débito com a sua raça, que a acolheu (de novo), ela trabalha revenciando os sete clas, atraves dos sete simbolos principais para o povo cigano, que são a Estrela, o Sol, a Lua, o Punhal, o Sino, a Taça e a Ferradura. Ela trabalha com as sete cores do arco iris e aconselha os consulentes, principalmente a não abortar seus bebes, seja qual for a situação. Esta cigana não aceita alcool em sua oferendas.

Cigana Dara


A Cigana Dara, foi uma pessoa que necessitou lutar muito para alcançar seus objetivos, porem com a experiencia astral de sua vida pregressa, ela considera cada empecilho um desafio a ser superado. Sempre diz que é do mundo, pois seu acervo de magia é tao grande quanto o seu coração. Ela teve uma vida muito dificultosa.
Dara, quando ainda no astral, queria, implorava por voltar a terra. Tinha muito a fazer por aqui. Sentia falta de tudo aqui. Retorna numa família em que a magia era tão normal quanto abrir os olhos. Começa a vivencia como cigana. E assim nasce Dara. Sua familia era sabedora de muitas magias, de como manipular os elementos, magias brancas, negras, impostas, naturais, de círculos........ As mulheres eram magas, algumas vezes virtuosas, mas na maioria das vezes... vaidosas, o que comprometia toda a manipulação, quase sempre deixando a parte negra falar mais alto. Morava com sua família numa kumpania, que ficava numa sesmaria portuguesa, local ermo que foi recebido para ser cultivado, porem o cultivo lá eram somente de ervas mágicas, e feitiços diversos. Nem mesmo a Igreja ou o Reinado se dispunham a incomoda-las diante do pavor que distribuíam gratuitamente. Elas viviam afastadas, mas eram procuradas por discretas seges fechadas, para encomendar feitiços para os mais abastados. E assim na base do ganho de muito dinheiro, sobreviviam em sociedade fechada e oculta. Em outras vivencias tinha ela deixado para trás muitos débitos astrais. Assim de posse de muitas informações da magia seguia em seu caminhar, aprisionando espíritos incautos, impuros, sedentos, viciosos e perdidos. Ela conhecia orações malignas, que servia tanto para encastoar pedras quanto para atingir pessoas que estivessem longe. Um dia um padre de má índole tanto enredou Dara com seu charme e virilidade, ela em plena idade procriadora (17 anos apenas) se entregou. Com o passar dos meses, o fruto de seu ventre nasceu, sob a lua da Sexta Feira Santa. Na época que seu filho nasceu foi instaurada a Santa Inquisição e os Tribunais do Santo Oficio estavam mais ativos do que nunca. Duas irmãs já tinham sido levadas à fogueira. Este padre a propunha então proteção. Desde que ela fizesse com suas magias que ele chegasse ao poder. Trato feito. Esperou-se então a Lua Cheia e em reunião decidiram que armas mágicas utilizar. Fizeram uma reunião, onde usaram a força do menino, expondo-o na mesa, onde era feita a magia. Assim posto, digo feito, em 9 luas, o padre chegou a ser designado para auxiliar, as mais altas autoridades do clero, com lugar de destaque. Deixando para trás muitos outros sacerdotes preparados. Pela primeira vez o desespero tomava conta de Dara, e como castigo do pai eterno, ela começou a ter muitos sonhos com o filho que havia parido. Aos poucos todas as irmãs, foram capturadas pela Santa Madre Igreja, restando Dara se esconder como bicho até conseguir ter com o eclesiástico. Estando com ele cobrou-lhe a proteção, ele apenas riu e a expulsou. Ao sair, foi denunciada e logo presa pelo Tribunal foi levada à fogueira, retornando mais uma vez ao astral, tendo falhado na missão, que era manipular os elementos para sanar os sofrimentos alheios. Por isso hoje no astral, Dara, encanta a quem a ve trabalhar, usando os elementos numa linha pura e cheia de amor, tentando sanar os sofrimentos das pessoas. Seu ditado favorito é: Toda moeda tem dois lados.

Cigana Íris

Esta cigana foi nascida na Grécia, mas seu coração foi durante toda a sua vida dividido entre os dois paises por onde viveu, alternando a sua permanencia. Ela tem caracteristicas muito fortes destes lugares. A Espanha é o seu coração artistico, onde ela conheceu o amor, e no Marrocos ela teve sua iniciação na magia.
A cigana Irís é da familia de Carmem. Nos bródios espanhóis ela conhecera a malícia do mundo. Entre as pessoas que frequentavam as grandes festas, ela conheceu um cigano turco que lhe mostrou que o mundo era muito maior do que ela pensava. Ela era muito nova, adolescente, e acreditando que tudo é eterno, se apaixonou. Os encontros eram muito esparsos devido a vigilância dos adultos nas pequenas romies. E na verdade o querer, era em virtude de uma curiosidade e assim foi. Curiosidade saciada a um alto preço.
Sensação de rompimento com a vida, de algo perdido para sempre. Ardia intensamente na alma, uma alegria em chamas, uma brutalidade gentil. Ela passou a ser devedora, não era assim que se fazia, havia uma sagração, um ritual, aprovação, e nunca uma coisa omitida (que mal sabia poder omitir por muito tempo). Foi precoce, foi iniciada precocemente, mas também ao mesmo tempo nascia em Íris, uma liberdade sem ensinamento, uma flor colhida a seu tempo. Nesta primeira vez, tão sem calma, tão sem remanso, tão perseguida de prejuízos, ensinou que assim se alternam as vidas. Nos ensinamentos tortos, e sofridos, para tudo há motivo.
O encontro se deu próximo ao Arroio, que desembocava no mar, vi, gostei, amei, guardei para mim os meus devaneios. E ele correspondeu, amou, e deu vazão. Amaram-se, sem poder evitar. A benção do milagre, logo se fez, o milagre virou desgraça, no bebê não podia lavrar à faca (não se pode enfiar a faca na barriga de uma grávida), mas na feitoria (no pai), sim. Ele fugiu, não se sabe, se viveu, nem agora, nunca mais o encontrou. Ela sim, barriguda, triste com o fruto de um pecado à mostra para todos, foi tomada por lumiasca de um só homem, fugitivo talvez morto, porem o milagre ia vingar. Desde aquele dia de São Sebastião, e agora 02 dias depois do dia de Santa Edwiges, em pleno trabalho de parto pensava que foi como tinha de ser.
O bebê que esperavam ser macho era fêmea, para piorar ainda mais a situação, separam-na da criança sem seu consentimento, com argumentos de que a criança teria vida melhor e encontrará nosso clã na hora certa. Casa-se depois, mas nunca se esquece de sua florzinha, ela fica com uma tia com jeito duro e coração mole. A ciganinha cresce, inteligente, porem introspectiva, teimosa, bonita, talentosa e intuitiva, assim contam as cartas que Íris, deita a noite. Esta ciganinha cresce ao meio de duvidas, próprias de quem vive longe de sua genitora, embora ela tenha certeza que o vento sempre trás de volta o que levou.
E sua filha era assim, difícil, a menina crescia com suas próprias observações diante da vida. Era difícil entender, suas próprias considerações sobre liberdade. A religiosidade sempre presente, Íris sofria, aguardando o tempo certo, que o vento lhe trouxesse o que levou. Aguardou por muito tempo, teve outros filhos, mas nunca se esqueceu do fruto do amor proibido. Aos 27 anos se entregou ao mar, no alto mar, por dor, covardia, coragem, tristeza e assim voltou ao astral, onde mal sabia que meu caminho só estava começando. Por isso ela rege o entendimento na magia, tem satisfação em ajudar, para que outras pessoas não tenham ideias de abreviatura da vida como ela. Trabalha com o oraculo das Flores em homenagem a filha que não viveu com ela.