A cigana Dervana Dias recuperou no início da noite desta quinta-feira (18) a filha de 1 ano e 2 meses que havia sido levada na segunda-feira (15) para um abrigo público. O juiz Jefferson Barbin Torelli, da Vara da Infância e Juventude de Jundiaí, determinou a apreensão da criança com base na informação de que ela estava sendo explorada pela mãe. Segundo a denúncia, a mulher pedia esmola com a filha no centro da cidade.
A audiência começou por volta das 16 horas no Fórum de Jundiaí. Compareceram à reunião os pais da criança, acompanhados do advogado, e um representante da Promotoria. A mãe perdeu a guarda da criança na segunda-feira (15), depois que a Justiça recebeu uma denúncia anônima sobre o caso. Segundo a Vara da Infância e da Juventude, a família do bebê terá acompanhamento social e psicológico.
O juiz Jefferson Barbin Torelli, da Vara da Infância e da Juventude de Jundiaí, no interior de São Paulo determinou que seja devolvida a criança de 1 ano e 2 meses que foi levada a um abrigo após a mãe, que é cigana, ter sido acusada de explorá-la, supostamente fazendo com que ela pedisse esmolas no centro da cidade.
O mesmo juiz determinou nesta quinta que a criança fosse devolvida aos pais, após acolher os argumentos de que o casal tem residência fixa e que a criança não sofreu exploração ou maus-tratos. Assim que pegou a criança no colo, ainda na rua, Dervana deu de mamar ao bebê. Antes disso, perguntou para a avó se a menina não estranharia o peito, uma vez que passou quatro dias afastada da família. "Será que ela não vai ficar desconfiada?", perguntou.
A família embarcou em um Monza preto em direção a Campinas, de onde devem partir ainda nesta semana para Jacutinga, no interior de Minas Gerais. De acordo com o advogado da família, o processo continuará sob acompanhamento do Conselho Tutelar da cidade mineira. A mãe, que diz ganhar dinheiro com a leitura de mãos, afirmou nesta tarde, no Fórum de Jundiaí, que daqui por diante contratará uma pessoa para tomar conta da menina, para evitar novos conflitos com a Justiça. A Guarda Civil retirou a criança do colo da mãe na segunda-feira (15). As imagens foram gravadas e comoveram o país. Na audiência de conciliação desta quinta-feira, o mesmo juiz que determinou a apreensão acolheu os argumentos da defesa e mandou que a criança voltasse para a mãe. Avó e mãe A guarda que puxou a menina dos braços das mães falou com o G1 na noite de quarta-feira (17). "Ninguém acredita realmente que existe algum prazer neste ato”, disse Isis Regina de Abreu Fernandes, de 52 anos. “Mas, infelizmente, estava lá como profissional. Havia uma determinação que eu tinha que cumprir”, disse a mulher, que é mãe de dois filhos e avó de três netos.
4 comentários:
Parabéns pelo post!
Um absurdo nos dias de hoje termos que ficarmos felizes pq respeitaram a tradição cigana.Isso deveria ser o óbvio, o normal.
Quisera outras culturas serem tão família, tão unida, tão respeitosa com as crianças e os velhos.
Vocês são exemplo de vida!
Me orgulho do povo, me orgulho de a cada dia poder conhecer pessoas como você, que mostram com tanta capacidade o conhecimento cigano.
Mais uma vez, PARABÉNS!!!
Posso até estar sendo desconfiada demais, porém...
Jundiaí é uma cidade conhecida por ser rota de VENDA de crianças, tudo com o beneplácito de entidades e instituições que supostamente deveriam DEFENDER as crianças(Conselho de Direitos das Crianças, Justiça, etc).
Somou-se a isso o racismo que levou o juiz a determinar a retirada da criança da mãe. Não tem outro nome, mesmo: é racismo.
Só que a revolta generalizada que se seguiu à retirada da criança de sua mãe fez com que tivessem de retroceder.
Mas estamos de olho!
De resto, assino embaixo do que a Soraia disse. Nós só temos a aprender com o amor à família que existe na cultura cigana.
Graças a Bel Karrano q a justiça foi feita... infelizmente, creio que a maior causa de tamanha crueldade foi simplesmente, a falta de compreensão com a cultura dos ciganos, onde praticar a buena dicha é algo normal e em nada mantém uma crinaça em situação de perigo...
Crianças são expostas ao perigo todos os dias, nas proximidades de nossas casas, pela opressão do tráfico de drogas nas portas das escolas, e ninguém é punido por isso...
As entidades públicas precisam tratar com respeito e delicadeza, os recortes de culturas e hábitos de outros povos, como os ciganos...
Até porque, como ouvimos dizer sempre, não temos conhecimento de nenhum cigano a frente de nenhuma desgraça da humanidade, nenhuma mortandade, nenhuma aberração ou corrupção...
Graças a Deus que foi feita a Justiça... e que esta pequena ciganinha seja muito feliz ao lado de sua família...
Olá parabéns pelo blog, muito bom.
Bem me chamo Janaína sou psicóloga, dirigente de uma ong e trabalho muito em área social basicamente com minorias e como foi absurdo esse procedimento, pois somente a polícia militar pode efetuar as prisóes, em geral o fato é notificado a delegacia de polícia e em seguida ao batalhão militar responsável por aquela localidade.
Por outro lado nós que trabalhamos com crianças e juizados sabemos bem que a retirada da família biológica é a última alternativa isso consta inclusive na lei e no ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente. Por outro lado onde existe denúncia cabe primeiramente a averiguação dos fatos e sua sumária constatação, tudo ddeve ser minuciosamente apurado, afinal trata-se de vidas, de seres humanos.
Acontecimentos como esses devem e precisam ser reavaliados e questionados o porque, o que moveu essa ação, pois ao que conste vivemos em uma democracia onde prima a liberdade de expressão.
Particularmente não tenho conhecimento de um povo que prima tanto pelas crianças e pelos mais velhos. No mundo ocidental o cuidado com a criança se deu a muito pouco tempo, meus caros no século XV as crianças eram tratadas como pequenos adultos, o que imperava era a necessidade da reprodução (o importante era ter filhos não importando-se com o bem estar deles), isso não sou eu Janaína que estou dizendo é a história que diz isso, os historiaores sempre afirmam que o cuidado com a criança se deu a pouco séculos. Ao contrário as tradições ciganas sempre mantiveram o cuidado com suas crianças, ao que me conste, não temos notícias de crianças ciganas abandonadas, muitas podem ser muito pobres, outras vivendo até abaixo da linha da pobreza, porém todas com suas famílias ao seu lado.
Na minha modesta opinião, se é que isso conta, o povo cigano realmente é um exemplo de vida, um orgulho viu.
Grande abraço! No que pudermos ajudar conte com a gente.
Janaína Soares
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